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Crítica de “Pica-Pau: O Filme”

Todo mundo conhece o Pica-Pau. Sim, aquele passarinho maluco do velho desenho que começou nos anos 40 e fez parte da infância de muita gente. E aparentemente chegou a hora do Pica-Pau ter o seu próprio longa-metragem live action – com atores reais – embora o personagem seja 100% animação gráfica. O elenco não conta com nenhuma adição memorável, com a excessão da atriz brasileira Thaila Ayala (que embora esteja fortemente presente no marketing do filme, participa de mais ou menos 30 minutos do longa) e o filme em geral parece ser só um dinheiro rápido para a produtora Universal.

O herói da história, Pica-Pau, vive tranquilamente em uma floresta ao noroeste dos Estados Unidos quando de repente o dono de parte da propriedade (parte esta onde se encontra a casa-árvore do protagonista) decide por construir uma mega mansão na área, com o único intuito de revender a casa por uma grande quantia de dinheiro. O dono da propriedade, Lance, viaja para área de motorhome junto da sua jovem e superficial noiva, interpretada por Ayala, e o filho do seu primeiro casamento, com o qual não tem muito contato. Pica-Pau rapidamente faz amizade com o filho de Lance, mas se sente ofendido com a nova mega-construção bem ao lado da sua casa, e então começa a infernizar a vida dos novos ocupantes.

As travessuras de Pica-Pau, muito como no desenho original, são extremamente exageradas e por vezes até malignas. O pássaro possui super poderes tão injustos e desequilibrados que ele consegue se confundir como o vilão do filme facilmente. A história tenta suavizar essa questão fazendo o pássaro ser mais empático e carinhoso ao longo filme, além de colocar uma dupla de vilões mais tradicionais – irmãos caçadores e taxidermistas que pretendem matar e vender o, dado como extinto, “Pica-Pau de Crista Vermelha.”

Como dito anteriormente, o primeiro longa do nosso amigo Pica-Pau é claramente só mais um caça-níquel. Estúdios grandes constantemente tentam capitalizar com alguma franquia consagrada e talvez já meio esquecida e, infelizmente, conseguem na maioria das vezes – apelando para o público infantil. Acho que como esperado por maioria das pessoas que sabem da existência desse filme, sim, Pica-Pau: O Filme é bastante ruim. Isso já havia ficado bem claro no trailer revelado durante a Comic-Con Experience. O filme é preguiçoso, extremamente genérico e sem um pingo de carisma. Qualquer episódio do desenho original é mais divertido do que o longa.

O filme é um típico “Sessão da Tarde”, mas se afunda em piadinhas “modernas” e citações vergonhosas. Frases como “Você é bem legal para um Pica-Pau” são ditas sem pensar duas vezes. Todas as cenas onde o Pica-pau aparece são estranhas. Não entendo como os estúdios ainda acham válido fazer um filme onde atores tentam interagir com um personagem falso por uma hora e meia. Adicione ao (bastante) falso Pica-Pau uma voz ainda mais irritante do que no desenho monólogos diretamente com a câmera e constantesde piadas sobre cocô – o Pica-Pau faz cocô em tudo e todos nesse filme e não acho que ele fazia isso no desenho. Esse é o tipo de filme que não é difícil ficar com pena dos atores por terem topado participar do projeto, embora a atuação deles não se afaste tanto da qualidade geral da obra.

“O bom de uma dieta rica em fibras é que sempre tem munição” – Nosso herói de crista vermelha realmente profere essas palavras durante o filme. Um argumento fácil seria que “esse é um filme para crianças”, mas ouvi duas crianças reclamarem da dublagem e da qualidade geral do filme durante a sessão. Então fica bastante difícil defender o passarinho maluco e o seu primeiro longa-metragem. Passe longe de Pica-Pau: O Filme.

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