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Cassius Zeilmann fala sobre os desafios do jornalismo e como chegou ao SBT Notícias

Em entrevista exclusiva ao Registro Pop, âncora do SBT Notícias fala sobre a carreira e o telejornal

Cassius Zeilmann é jornalista, formado pela PUC do Rio Grande do Sul, começou a exercer o jornalismo aos 18 anos como estagiário.Tem como referências Carlos Nascimento, Evaristo Costa, Sandra Annenberg e Tiago Leifert. Natural de Porto Alegre, deu ponta-pé na carreira na filial do SBT do sul do país. Começou cobrindo folgas e logo estava fixo nas reportagens. Com uma boa dose de sorte e empenho, foi notado pela direção de jornalismo de São Paulo.

Hoje, com 28 anos, apresenta o SBT Notícias, telejornal das madrugadas do canal, vice-líder em audiência, responsável por sair na frente até mesmo de emissoras como a Globo News, na hora de informar, mesmo em um horário em que não se vê uma forte atividade do jornalismo. Nessa entrevista exclusiva ao Registro POP, ele fala como chegou a rede SBT, o mercado de jornalismo no Brasil, Redes Sociais, obrigatoriedade do diploma e ainda deixa um recado para quem está começando.

Está ocorrendo uma grande mudança na forma como  a notícia é transmitida. As Redes Sociais é provavelmente a grande responsável. Você acredita que a busca pela “1ª mão” se intensificou com a chegada dessas mídias?  Essa mudança é positiva ou negativa?
O ideal é juntar os dois meios de comunicação. Hoje, Tv e internet se completam. Uma fonte ajuda a outra a divulgar uma notícia ou viralizar um determinado assunto. Os programas utilizam mais as mídias sociais para interagir com o público. Eu acho isso essencial para a aproximação do público, afinal fazemos jornalismo e entretenimento para o povo. A única diferença nessa questão é que no telejornalismo a notícia é feita com mais rigor, cuidado e, principalmente, divulgada de forma mais completa. Há mais informações na reportagem. Dá para fazer uma matéria mais pensada, com boas entrevistas. Essa é a grande diferença. Mas tanto a internet quanto a televisão servem como bons meios de comunicação.
Havia e talvez ainda haja a ideia de que telejornalismo é “glamour”, isso existe na profissão? E com tantos jovens se formando em jornalismo, provavelmente  o mercado pode ficar saturado, já que está ocorrendo um movimento que indicam perdas de mão-de-obra pelos veículos tradicionais. Como você observa o mercado hoje em dia?  
Não vejo “glamour” no jornalismo. Quem entra na faculdade pensando nisso deve repensar o que quer para o futuro. Em vez de aparecer, o estudante ou o profissional tem que ter o “tesão” de informar, de querer fazer o melhor, buscar a melhor entrevista, o melhor depoimento, a melhor história. Isso que nos dá motivação no dia a dia. O mercado está cheio de bons profissionais. Mas, para os estudantes que estão quase se formando a dica é ter estagiado MUUUITO, feito bons contatos, ter passado por diferentes redações e mídias e se doar ao máximo. Quem é esforçado e talentoso sempre haverá espaço. Tudo depende de nós, basta aproveitar as chances.
Ainda sobre o mercado de trabalho, o telejornalismo é um dos mais acirrados. Como você chegou na reportagem de TV lá no Rio Grande do Sul e de maneira geral, qual seria a principal diferença entre o mercado de lá e o de São Paulo?
Eu comecei fazendo estágio, fiz muuuita produção até chegar ao posto de repórter. Buscava reportagens exclusivas, ia atrás de denuncias, histórias de superação, exemplos de vida, enfim. Nunca sosseguei, a partir disso você vai se destacando e chamando a atenção pela apuração das matérias. Depois comecei a pegar gosto pela rua até receber algumas chances de fazer as primeiras matérias nas folgas e férias dos repórteres do SBT-RS. Depois consegui me firmar, mostrar meu trabalho e seguir na reportagem. A maior diferença de um mercado para o outro é o tamanho. São Paulo é gigante e exige uma equipe, estrutura e profissionais capacitados para enfrentar essa rotina.
Em entrevista ao site Bastidores da TV , você disse que seu trabalho passou a ser exibido em rede nacional e isso atraiu a atenção da direção do SBT. Você teve um caminho seguido até chegar no SBT Notícias. O que se nota é que muitos não percorre esse caminho e já se destacam. Você seria uma regra ou uma exceção? 
Não concordo em ser uma exceção. Muito pelo contrário. Cada profissional tem sua história, seu talento, seu diferencial. Então, cada um foi visto e avaliado de maneiras diferentes. de repente um determinado jornalista é chamado para um programa ou um desafio pelo perfil ou pela necessidade. Mas, todos tiveram que ralar, suar a camisa, se destacar para ganhar uma chance aqui em São Paulo.
A obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão é alvo de discussões intermináveis . Qual o seu ponto de vista em relação a obtenção do diploma para atuar como jornalista?  
É de extrema importância ter o diploma. Diria indispensável. A experiência, a bagagem de jornalista você adquiri no mercado de trabalho, na rotina de fazer jornalismo diariamente. Mas a importância da profissão, o peso da notícia, os conceitos de comunicação… tudo isso só se aprende na faculdade. Os primeiros passos tem que ser lá, em uma sala de aula e nos estúdios da universidade. A faculdade te oferece um suporte e depende só de você se tornar um bom profissional.
Você está a frente do SBT Notícia nas madrugadas do canal. Muitas vezes o telejornal conseguiu sair na frente das outras emissoras ao noticiar fatos de grande repercussão.  É uma responsabilidade enorme! O anúncio da queda do avião da Chapecoense foi um desses “furo”. Conta um pouco como foi sua sensação.
Com certeza, é uma responsabilidade enorme. No caso da queda do avião da Chapecoense a gente noticiou, primeiramente, que a aeronave saiu do radar da torre de controle. Tomamos muito cuidado com a informação. Não podíamos noticiar algo sem ter a confirmação. A nossa produção foi apurando os fatos até confirmar a queda do avião. Confesso que no momento a gente está mais preocupado em informar o Brasil, depois pensa na sensação. A adrenalina é tão grande que não pensamos nisso. Apenas em informar, atualizar e repassar de maneira correta.
Ultimamente tem se visto muitos jornalistas se destacando nas redes sociais. Qual sua relação com o público nas redes sociais ?
Sou muuuuito tranquilo. Eu sempre tento responder aos recados da galera. Nem sempre consigo isso, mas tento dar esse retorno que o público dá pelas redes sociais. É muito legal ver que o programa está dando certo e o pessoal tem aprovado a maneira em que a informação está sendo transmitida. Eu adoro Instagram, uso tanto de forma pessoal como profissional. Eu mesmo respondo, por que gosto de sentir esse carinho e as redes sociais nos permite essa aproximação com o público do SBT Notícias.
Como você se organiza em relação ao sono? A adaptação de horário foi difícil? 
Após alguns meses, hoje eu encontrei a melhor maneira para organizar o sono. Trabalho durante toda a madrugada, de manhã fico elétrico devido a adrenalina de apresentar o programa e durmo depois do almoço. Aí acordo e tenho mais um tempo para me informar de tudo que aconteceu enquanto estive descansando. Depois disso, me preparo e vou para a redação.
Reportagem ou apresentação? Qual das funções representou o maior desafio e se tornar um correspondente internacional te atrai?
Antes de ser apresentador ou repórter, eu sou jornalista. Amo a profissão. Hoje posso dizer que to amando apresentar um telejornal. Ontem, eu amava a reportagem. Amanhã, não sei. Vivo um dia de cada vez. Sobre me tornar um correspondente, eu já pensei na ideia e adoraria no futuro. Mas precisaria me preparar melhor, estudar mais política, economia e cultura, por que um correspondente acaba se tornando um repórter completo, faz de tudo um pouco. Necessita um aprendizado antes.
Quais conselhos você deixaria para quem deseja cursar a faculdade de jornalismo e para quem está chegando no mercado de trabalho ? 
Estude muuuito, se esforce, se dedique ao máximo e faça o que você ama. Com amor e um pouquinho de sorte tudo dá certo. Com certeza, alguém vai ver e valorizar os nossos esforços e, quando receber, agarre a chance com unhas e dentes. Claro, sem passar por cima de ninguém. Sempre com humildade e ética.

 

O site Registro Pop agradece sua entrevista e deseja muito sucesso no SBT Notícias

Por: Marcos Cavalcante 

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