Vanessa Jackson realça base familiar na carreira: “maior influência”

Criada em conjunto habitacional na cidade São Paulo, a contorna Vanessa Jackson, hoje aos 36 anos, encanta a todos que a ouvem com o seu talento puxado no estilo BlackMusic e no estilo de música negra brasileira ligada ao ritmo da MPB. Logo pequena, teve o seu primeiro e melhor incentivo com a carreira de musicista do pai e do talento do seu tio Dom Salvador como pianista de samba de raiz.

Aos três anos de idade, Jackson já demonstrava seus primeiros para o mundo artístico, se apresentando sempre nas festas e encontros da família, o que a levou em breve a ir estudar no conservatório para se dedicar inteiramente ao estilo de música clássica, e aos 13, iniciando oficialmente sua carreira como cantora da noite. Obteve bastante destaque também no começo como backing-vocal nos grupos Art Popular, Soweto, chegando em breve a ser titular em um grupo que se apresentava em bailes e formaturas.

 

Durante os anos em que precisou passar a cantar para sustentar sua família, não foi um período nada fácil na vida da cantora, tendo feito por muitas vezes Vanessa ter pensado na desistência de sua carreira. Mais o que realmente a fez levantar, foi ter sido uma das ganhadoras do programa FAMA, na qual foi eleita com mais de 18 mil votos populares, sendo esse o primeiro passo de muitos que a consagraria entre os grandes nomes da música MPB brasileira. Há cinco anos atrás, Vanessa voltou a televisão, onde também ganhou o “Esse Artista Sou Eu”.

Depois de sua maravilhosa vitória no programa de 2002, Vanessa já voltou para casa com um contrato que daria origem a seu primeiro disco. Iniciou ali então, a partir daquele dia, uma trajetória que começou como uma fantasia de menina e que hoje ela poderia se colocar no que ela mesma intitula como Música Preta Brasileira.


A partir de agora, vamos mergulhar um pouco mais na vida dessa que hoje é considerada uma das maiores figuras das raízes do MPB brasileiro. Nessa entrevista exclusiva dada ao colunista Luca Moreira do site RegistroPop.

Como e quando foi que você sentiu que a música passaria a fazer parte da sua vida como profissão?

Eu sabia que a música iria fazer parte da minha vida desde que eu era muito pequena, quando eu cantava nas festas da família e minha mãe me descobriu aos três anos cantando na sala de casa, então já sabia que eu queria fazer aquilo.

Sabemos hoje que você desde pequena parece ter tido uma forte influência por ter nascido em uma família já ligada a música. Você acredita que esse fator tenha e faz muita influência no que você é hoje?

Com certeza. Essa é a maior influência que eu poderia ter tido e o maior incentivo, a base familiar e eu ter vindo em uma família de músicos, principalmente por causa do meu pai que é músico.

Algo que lhe ajudou muito a alavancar sua carreira como musicista foi sua vitória no programa “Esse Artista Sou Eu” e “Fama” da Rede Globo em 2002. Hoje, quinze anos depois, o que você acha que mais mudou em você daquela época para os dias de hoje?

Há cinco anos atrás eu ganhei o “Esse artista sou eu”, e foi muito bom pro meu crescimento. Desde lá, eu vivo da música, mais eu já vivia antes do “Fama”. Então isso só me ajudou a continuar vivendo de música.

O que motivou a sua escolha e o seu gosto para a alta-intitulada “música preta brasileira” no meio do estilo MPB?

Não foi uma escolha. Eu sempre falo que a MPB “Música Preta Brasileira”, pra as poucas pessoas que sabem, meu estilo predileto é a bossa nova. Mais como as pessoas me contratam pra cantar black music, pelo fato de eu fazer com maestria esse estilo, então acaba vencendo essa vertente no lance profissional de eu ser contratada e cantar esse estilo, mais o que eu mais gosto é da bossa nova.

Hoje em dia, infelizmente ainda está muito normal vermos preconceitos no meio artístico devido à etnia negra. O que você acha e como você encara a situação que o nosso povo tem vivido? Acredita que esse caso seja ligado à falta de cultura da população brasileira?

Não, eu não sinto isso não, pelo fato de ser preta, eu não vejo isso no meio artístico não. Pelo contrário, sou muito respeitada pelos artistas e isso é muito bacana. Tenho um reconhecimento e um respeito muito grande pelo que eu faço. Mais infelizmente, a gente tá num país que a cultura é pobre e a mídia ajuda muito mais a denegri a imagem do Brasil, nos programas de televisão, a própria música, novelas – em fim, a mídia ajuda a denegri a nossa imagem, então não é só por conta do racismo não, acho que são vários fatores que ajudam a deixar nosso país cada vez mais pobre.

Uma coisa que estão perguntando muito é sobre a falta do musical “Uma Saudação a Whitney Houston”. Como vai o andamento atual do projeto?

Isso é uma incógnita muito grande, porque o idealizador do projeto e diretor musical Rafael Melo ele me passa uma coisa, mais nas redes sociais ele passa outra. A Universal Music procurou o Rafael graças ao sucesso do espetáculo “Uma Saudação a Whitney Houston”, no qual eu faço parte já há um ano. O Rafael alega que a Universal procurou ele para fazer uma edição especial de 25 anos do CD “Guarda Costas” da W.H, e que eles queriam que a artista deles, que foi a vencedora do The Voice, Milena Jardim, fizesse essa edição especial do “Guarda Costas”. É meio contraditório, porque ao mesmo tempo que eles dizem que ela vai fazer a edição especial, cantando as músicas do filme, nas redes sociais o Rafael já colocou ela cantando uma música do primeiro disco da WH, então ela vai estreia agora dia 10 de dezembro no Teatro Net em São Paulo, cantando o repertório que eu canto. Pra mim ele fala uma coisa, nas redes sociais ele coloca outra. Então eu sinceramente, nem sei mais diz ser eu estou ou não, porque as águas estão indo para um riacho diferente, então eu não vou saber responder essa pergunta, porque não eu sei como está a minha participação dentro do musical.

Realmente, é quase impossível negar que um dos seus maiores pontos forte é com certeza o seu vocal. Quais são suas dicas e quais os cuidados você costuma tomar em relação à sua tonalidade?

Eu procuro cuidar bastante da minha saúde com a minha preparadora vocal e fonodiologa Tatiana Gomes, e ela me passa exercícios, diz o que eu tenho e o que eu não tenho que fazer, comer. A dica que eu dou é você cuidar e procurar fazer uma fonodiologia, ter um preparo vocal, porque é isso que encanta profissionalmente. Eu sou bem chata no quesito cuidar da voz.

Em qual artista você mais busca inspiração?

Eu busco inspiração no Michael Jackson, Rusheli Fuel, e estudo muita bossa nova, Elis Regina, Jhonny W, Trio Esperança, Leny Andrade, Tom Jobim, Vinícius, João Joberto… Essas são as minhas inspirações.

Entre os milhares de sucessos que já foram apresentado por você. Quais você considera como sendo seus favoritos?

Realmente milhares de sucessos. Acho que todos do Michael, da Whitney também, Steve H., Djavan, Elis Regina, Leny Andrade, esses.

Entre o fabuloso legado de Michael Jackson e a ilustre Whitney Houston. De qual lado você preferiria ficar?

Com certeza Michael Jackson.

Atualmente você trabalha ou tem planos para elaborar algum projeto com uma banda fixa?

A minha banda me acompanha desde o “Fama”, há 15 anos atrás. Faço shows pelo Brasil e pelo mundo com essa banda, agora projeto eu quero realizar meu sonho que é produzir algo relacionado a bossa nova e continuar com o black divas.

Qual você considera a sua maior realização?

A maior realização da minha vida são os meus filhos.

Sobre um momento que você tenha estipulado metas difíceis na sua vida. O que você fez para realizá-las?

Eu tive muita sorte em realizar coisas que eu achei difícil, como ganhar os programas que eu ganhei, o “Fama” e “Esse Artista Sou Eu”. O restante, tive algum alguns obstáculos, mais eu consegui realizar de boa. No quesito música, eu nunca tive muita dificuldade não.

Se pudesse escolher uma coisa para fazer todos os dias a partir de hoje. Qual seria sua melhor opção?

Se eu pudesse escolher uma coisa pra fazer todos os dias seria dançar. Eu adoro dançar, se eu pudesse dançar todos os dias ficaria bem feliz.

Sendo conhecida como uma cantora eclética quando o assunto é gêneros musicais distintos. Diga um ritmo que realmente você não acredite encaixar no seu perfil?

Sou bastante eclética sim! Porém, já mais me encaixaria no heavy metal, thrash metal. Tudo que é “metal”, eu não iria conseguir me encaixar não.

Qual é a sua maior expectativa para 2018?

Então, quero muito fazer meu projeto de bossa nova, continuar fazendo black divas e acho que vou gravar o meu EP no ano que vem, queria gravar ele agora esse ano, mais não consegui, mais pretendo muito gravar ele agora.

Qual é o seu objetivo na vida? Possui alvos a curtos e longos prazos já definidos?

O meu objetivo, o alvo que eu pretendo alcançar é me mudar para a Europa e viver lá com os meus filhos, cantar lá, em fim. Na Europa, onde as pessoas me dão mais valor que aqui.

Em você como cantora, o que acredita que ainda precise ser melhorado na sua carreira?

Eu como cantora, o que devo melhorar, acho que seria ter que voltar a fazer meu registro de flauta, que é uma coisa que eu quero muito e continuar estudando, vou continuar sempre estudando, porque eu não posso parar né? Sempre to aprendendo alguma coisa, falo que estou sempre engatinhando, sempre com alguma coisa nova para aprender.

Existem planos ainda em aberto para tentar apostar em uma carreira internacional um dia?

Sim. Quero minha carreira internacional o mais rápido possível. Essa é a minha maior meta.

Como você se define como pessoa? (Vanessa por Vanessa)

Vanessa por Vanessa?… Uma pessoa bem difícil, teimosa, infelizmente eu não tenho muita paciência (risos), chata, mas de um coração bom. Perdoou muito fácil e gosto de correr pelo certo. Detesto injustiça e adoro da risada. Eu amo dá uma risada!

Deixe uma mensagem para terminarmos.

Queria agradecer todo os fãs que perguntaram, que quiseram saber um pouquinho mais sobre mim. Obrigada por me apoiarem, por curtirem meu trampo, espero que em 2018 eu consiga realizar esses sonhos e que vocês estejam sempre comigo. Um beijo enorme dentro do coração de vocês. Fiquem com Jeová. Até mais!

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